quinta-feira

Modelando com Mestre Vitalino!











Mestre Vitalino

Bonecos de barro ele fez
E fez como ninguém
Tentando algo ser
Tentando ser alguém

Muito pobre ele foi
Sem nada para brincar
Sua mãe percebeu e disse:
- Tome esse barro para amassar!

A mãe então, assustada
Com tanta beleza
Deu asas à imaginação
Da popular natureza

Clap! Clap! Clap! Clap! Clap!
Palmas!

A fama só chegou
Depois que morreu
Foi tanto sucesso
Tem até museu
Que pelo menos,
Algo resolveu
Ele desenhou tantas coisas
Como um lindo cavalinho
Chegando num lago com um menino
Que pescava um peixinho...

(Beatriz Gabrielli)


O Parangolé apresentou o Mestre Vitalino aos alunos, que se encantaram com sua vida e obra. Expressamos no barro e nas palavras toda a brasilidade, e o resultado foi maravilhoso!
A Beatriz é aluna do Parangolé e uma poetisa desde sempre. Parabéns pela poesia Bia! E parabéns aos escultores!!!!!








quarta-feira

Dia da Consciência Indígena! (Para nós, todo dia é dia!)



Nações indígenas no Brasil... são tantas!!!

O ÍNDIO HOJE

Hoje, no Brasil, vivem cerca de 460 mil índios, distribuídos entre 225 sociedades indígenas, que perfazem cerca de 0,25% da população brasileira. Cabe esclarecer que este dado populacional considera tão-somente aqueles indígenas que vivem em aldeias, havendo estimativas de que, além destes, há entre 100 e 190 mil vivendo fora das terras indígenas, inclusive em áreas urbanas. Há também 63 referências de índios ainda não-contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista. (disponível no site da FUNAI)
Para saber mais: http://www.funai.gov.br/


terça-feira

O outro Brasil que vem aí - Gilberto Freyre


Eu ouço as vozes

eu vejo as cores

eu sinto os passos

de outro Brasil que vem aí

mais tropical

mais fraternal

mais brasileiro.

O mapa desse Brasil

em vez das cores dos Estados

terá as cores das produções

e dos trabalhos.

Os homens desse Brasil

em vez das cores das três raças

terão as cores das profissões e regiões.

As mulheres do Brasil

em vez das cores boreais

terão as cores variamente tropicais.

Todo brasileiro poderá dizer:

é assim que eu quero o Brasil,

todo brasileiro e não apenas

o bacharel ou o doutor

o preto, o pardo, o roxo

e não apenas o branco e o semibranco.

Qualquer brasileiro

poderá governar esseBrasil

lenhador

lavrador

pescador

vaqueiro

marinheiro

funileiro

carpinteiro

contanto que seja digno do governo do Brasil

que tenha olhos para ver pelo Brasil,

ouvidos para ouvir pelo Brasil

coragem de morrer pelo Brasil

ânimo de viver pelo Brasil

mãos para agir pelo Brasil

mãos de escultor que saibam lidar

com o barro forte e novo dos Brasis

mãos de engenheiro que lidem

com ingresias e tratores

europeus e norte-americanos

a serviço do Brasil

mãos sem anéis

(que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).


mãos livres

mãos criadoras

mãos fraternais

de todas as cores

mãos desiguais

que trabalham por um Brasil

sem Azeredos,

sem Irineus

sem Maurícios de Lacerda.

Sem mãos de jogadores

nem de especuladores

nem de mistificadores.

Mãos todas de trabalhadores,

pretas,

brancas,

pardas,

roxas,

morenas,

de artistas

de escritores

de operários

de lavradores

de pastores

de mães criando filhos

de pais ensinando meninos

de padres benzendo afilhados

de mestres guiando aprendizes

de irmãos ajudando irmãos mais moços

de lavadeiras lavando

de pedreiros edificando

de doutores curando

de cozinheiras cozinhando

de vaqueiros tirando leite de vacas

chamadas comadres dos homens.

Mãos brasileiras

brancas,

morenas,

pretas,

pardas,

roxas

tropicais

sindicais

fraternais.

Eu ouço as vozes

eu vejo as cores

eu sinto os passos

desse Brasil que vem aí.

(Poema escrito em 1926 e publicado no livro "Poesia Reunida", Editora Pirata - Recife, 1980)

"Teatrando" no Parangolé!

Diogo, Bruna, Beatriz Gabrielle e Aninha
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“No teatro, (...) nada existe, a não ser através das personagens.”
Décio de Almeida Prado



segunda-feira

Arraiá do PARANGOLÉ!!!!










Cultura Brasileira sem Festa Junina, não existe.


Festa Junina sem Casamento, impossível!


Casamento sem padre, nem pensar...


Parangolé sem "Padre Felipe", não tem a mínima graça!!!




Dançamos Quadrilha, comemos todas as comidas típicas de uma Festa Junina, e ainda por cima, estudamos as origens desta festa que foi trazida ao Brasil pelos portugueses.


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Assim surgiu a Festa de São João :


Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se.


Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista. Nossa Senhora, então, perguntou-lhe:


- Como poderei saber do nascimento do garoto?


- Acenderei uma fogueira bem grande; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele.


Um dia, Nossa Senhora viu, ao longe, uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho.Começou, assim, a ser festejado São João com mastro, e fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, balões, danças, etc…





Contação de Histórias


Boi Caprichoso e Boi Garantido!!!
Esta história é baseada no livro de Ana Maria Machado: "O boi voador".
Além das peripécias propostas pela autora, nossa adaptação traz toda a magia de Parintins, onde a História do Bumba-meu-boi é encenada numa disputa entre os bois, seus atores e as torcidas organizadas. As crianças vibraram torcendo por seus bois, e no final, foram surpreendidas com a visita do Boi Voador!

História Coletiva

Um belo dia, eu vi um rato na janela. Ele estava dançando e tinha um nariz grande.
Num outro dia, eu fui ao zoológico ver os felinos, e vi uma jaguatirica tentando pegar um pássaro e adorei.
Saindo do zoológico eu vi uma árvore machucada, e eu fui ajudá-la, vi o mar ali perto e peguei um pouco d’água para dar à árvore, e ela se recuperou. Depois que a árvore se recuperou, eu dei a árvore para um índio.
Quando cheguei à tribo deste índio, ele se juntou com outros índios e índias para fazer um ritual.
Percebi que um pedaço da árvore caiu e criou vida própria, tudo isso aconteceu depois do ritual da gargalhada. As risadas eram tão mágicas que peguei todas elas, guardei numa caixa e mandei pelo Sedex. Quando as gargalhadas chegaram à cidade, tomaram conta do lugar. Porém, todos os habitantes caíram na gargalhada, até nas coisas mais absurdas.
Um outro belo dia, na praia, eu vi uma mulher se espreguiçando em uma ponte que havia perto da água, o mar estava tão lindo! Mas ele estava tão bonito, mas tão bonito que fechei os olhos e me imaginei na Bahia de Todos os Santos. Comecei a rodopiar e a gargalhar tanto, que me senti a própria baiana. Acabei caindo no mar!
Depois de duas horas, eu saí da praia e fui para a casa de um amigo meu. Lá, tinha um mapa do Brasil, e fiquei observando. E conclui que o Brasil é grande. Eu fiquei observando o mapa durante tanto tempo, que acabei entrando nele. Passei por todo o Brasil e perdi a hora. Depois, voltei para minha casa.
Tirei meu dinheiro do bolso e coloquei na janela. O dinheiro voou e caiu num ninho de passarinho. Voou de novo e caiu num banco onde havia um mendigo tomando banho com água de beber de garrafa.
O mendigo, com todo o dinheiro que achou, pensou que tinha ficado milionário. Saiu contando para todos que tinha ficado rico. Não era verdade isso, com aquele dinheiro, não dava para comprar uma coroa, que era o que ele queria. Então, tirou essa idéia da cabeça e fez uma casinha linda para ele, que afinal, ele curtiu muito!

A História Coletiva acontece após cada criança selecionar uma figura aleatoriamente. Em círculo, cada um deverá dar sequência à história, de acordo com sua figura. O objetivo é estimular a criatividade, a espontaniedade e o improviso. Depois da história pronta, escrita pelo redator escolhido pelo grupo, trabalhamos plasticamente cada figura, utilizando técnicas de desenho e/ou pintura, e trabalhamos cenicamente a história "absurda". O trabalho rende boas gargalhadas, além de desenvolver a cooperação e o "saber ouvir".

domingo

Parangolé e a Arte Kusiwa



Técnica de pintura e arte gráfica própria da população indígena Wajãpi, do Amapá.
Os grafismos têm como suporte, principalmente o corpo humano.

Tintas: são utilizadas sementes de urucum, gordura de macaco, suco de jenipapo e resinas perfumadas.

Através dos séculos, os Wajãpi desenvolveram uma linguagem única, formada por componentes gráficos e orais, que refletem sua visão de mundo e constituem um conhecimento específico sobre a vida em comunidade. A Arte Kusiwa faz também referência à criação da humanidade e a diversos mitos Wajãpi.

A Oficina Parangolé propôs grafismos a partir de formas geométricas e símbolos imaginados pelos alunos. Após a pintura corporal, cada aluno atribuiu significado aos seus elementos simbólicos criados e escolhidos. O trabalho só foi possível após um estudo parangolado da cultura Wajãpi.



Parangolar...

Expressar a brasilidade

Sem fronteira

Sem idade

Através da brincadeira

Da pintura, da verdade

Da curiosidade



Parangolar...

Criar, imaginar, interpretar

Conhecer, perceber

Se encantar

Apenas SER



Parangolando levo a vida

Acreditando sem medida

Que através de toda a arte

Posso aos poucos transformar

Esse mundo que faço parte



Andrea Ferrassoli